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Marília

O “último ato“ de Pacheco

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Às vésperas de deixar a presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, em tom de despedida, na última quinta-feira (17), ter entregado o “último ato” dele, ao participar da cerimônia da sanção presidencial do projeto da Reforma Tributária.

Em aceno ao parlamentar, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez um discurso recheado de elogios ao presidente da Casa Legislativa.

“Pacheco, você conquistou isso… mesmo quando está zangado… você [Pacheco], zangado ou sorrindo, a gente consegue aprovar tudo com você”, disse o chefe de Estado.

A Reforma Tributária era uma das prioridades do governo e a aprovação dela no Senado era uma promessa de Pacheco.

Ao fim desse último mandato, a relação do senador com o atual presidente é diferente do que a que mantinham alguns anos atrás, quando, por exemplo, o parlamentar foi apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para presidir, pela segunda vez, o Senado.

No fim do ano passado, um burburinho de que Pacheco estava cotado para assumir algum ministério, em 2025, começou a surgir.

Na época, aliados do presidente afirmaram à CNN que o senador só não ocupará uma cadeira na Esplanada nos Ministérios se não quiser.

Quando questionado, Pacheco costuma dizer que pretende terminar o mandato como senador, ao deixar a cadeira da presidência do Senado.

A expectativa é a de que, após quase dois anos de governo, o presidente Lula deva realizar uma reforma ministerial neste ano. A primeira troca já ocorreu em janeiro, Paulo Pimenta deixou a Secom e o publicitário Sidônio Palmeira assumiu a pasta.

Uma outra hipótese ventilada é a possibilidade de Rodrigo Pacheco se lançar como candidato ao governo de Minas Gerais, em 2026. O parlamentar reage com cautela à possibilidade.

De acordo com o apresentador da CNN, Gustavo Uribe, o entorno do senador avalia que ainda é cedo para ele tomar uma decisão.

O cientista político e professor da FGV, Eduardo Grin, lembra que o PSD – partido de Kassab e Pacheco – é a sigla que mais elegeu prefeitos na eleição de 2024. Portanto, ele avalia ser “vital” o apoio do PSD para uma candidatura à presidência em 2026, mesmo que Lula negue que vá concorrer à reeleição.

No ano passado, em dezembro, segundo uma apuração da apresentadora da CNN, Tainá Falcão, a bancada do PSD, partido de Pacheco, fez chegar, ao presidente, o desejo de indicar um nome para ocupar algum ministério de peso no governo federal.

A sigla, atualmente, é representada por André de Paula, deputado que comanda o Ministério da Pesca e Aquicultura. Além dele, Carlos Fávaro comanda a pasta da Agricultura e Pecuária, e Alexandre Silveira, a de Minas e Energia.

“Lula quer fazer uma reforma ministerial já pensando nas eleições do ano que vem. Portanto ele gostaria de partidos que, de fato, assumissem sua candidatura, e ele gostaria muito que o PSD fosse um desses partidos, sobretudo para ter palanque, assumindo que o Pacheco vá ser candidato a governador de Minas Gerais no ano que vem, estado que é sempre definitivo para quem tem a pretensão da presidência da República”, explica Eduardo Grin.

Nesse sentido, o professor pontua que os elogios de Lula ao parlamentar “se encaixam” nesse contexto.

“Ele gostaria de tê-lo em algum ministério para projetar 2026 e aumentar sua base dentro do Congresso, construir uma frente mais ampla de partidos políticos que apoiam o governo, mas Pacheco tem resistências”, completou.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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