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Pandemia de Covid-19 completa cinco anos; impactos perduram até hoje

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Wuhan, uma das grandes metrópoles da China, tem cerca de 10 milhões de habitantes e é conhecida como polo logístico e industrial. Em meio a tanto movimento, é difícil imaginar, mas há cinco anos, as ruas da cidade estavam desertas. Em 31 de dezembro de 2019, Wuhan confirmou o primeiro caso de Covid-19 no mundo – uma doença até então desconhecida, que causava tosse, febre e problemas no pulmão.

A cidade chinesa foi o primeiro lugar do mundo a entrar em lockdown. O nível das restrições era sem precedentes na história moderna.

Um mês depois do primeiro caso confirmado na China, outros 25 países já tinham registrado infecções. Em menos de dois meses, o coronavírus já tinha se espalhado para quase 50 países, em todos os continentes do mundo.

A Covid-19 foi caracterizada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março de 2020.

A União Europeia suspendeu as viagens não essenciais entre países do bloco, os Estados Unidos declararam emergência nacional de saúde e, no Brasil, começou a quarentena.

Casos de Covid pelo mundo.
Casos de Covid pelo mundo. • CNN

A propagação da doença para o mundo ocidental começou na Itália, que se tornou o epicentro da Covid-19 na Europa. Em fevereiro de 2020, a CNN Brasil visitou Codogno, a cidade que registrou o primeiro caso no país: era um homem de 38 anos, que tinha dificuldade para respirar após ter encontrado um amigo recém-chegado da China. A cidade foi também foi a primeira a decretar o lockdown no país.

Cinco anos depois, a equipe da CNN voltou a Codogno e conversou com os habitantes do município que marcou o começo da Covid na Itália, e depois no mundo.

“Pedimos autorização para testar para Covid-19. Conseguimos a autorização e o resultado final foi positivo. Estávamos diante do primeiro caso na Itália”, relembra o médico Enrico Storti, diretor de UTI em Codogno e que testou o paciente zero do país.

Correspondente da CNN Américo Martins visitou hospital que registrou o primeiro caso de Covid-19 na Itália • CNN

A doença se espalhou rapidamente para o restante da Itália. “Durante a pandemia, tivemos que recrutar muitas pessoas que não tinham qualquer experiência no tratamento de pacientes com insuficiência respiratória e que tiveram que aprender”, compartilha Giacomo Grasselli, anestesista e chefe de Emergência  que coordenou as UTIs da Lombardia. Os protocolos adotados na região serviram de exemplo para o combate à doença em outras partes do mundo.

Policlínico de Milão.
Policlínico de Milão. • CNN

Enquanto os países lutavam para conter o avanço dos casos, os cientistas trabalhavam em tempo recorde para desenvolver uma vacina. No Brasil, o imunizante que inaugurou a vacinação foi a Coronavac, uma parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac.

“Um parceiro que tem uma vacina pronta, em uma tecnologia segura, na qual o Butantan tinha muita experiência. E se desenhou, então, uma parceria ideal. Nós poderíamos ajudar no desenvolvimento dessa vacina rapidamente e com isso contribuir para o enfrentamento da pandemia”, Dimas Covas, ex-diretor do Instituto Butantan, comenta.

Mesmo com as vacinas, o lockdown durou muito mais que o esperado em várias partes do mundo. Na China, algumas regiões passaram mais de três anos em isolamento. Na Europa, países como a Grécia, a França e a Itália, que atraem turistas do mundo inteiro, só suspenderam as restrições para viajantes internacionais mais de dois anos depois dos primeiros casos.

Nos dias de hoje, os sinais do isolamento social e da pandemia são ofuscados pela onda de turistas. Na Itália, por exemplo, as autoridades cogitam impor taxas e restrições para a visitação de pontos turísticos como o Coliseu e a Fontana di Trevi.

Paulina Letícia Diaz Perez, que mora na região de Roma, afirma que “o turismo normal aumentou bastante. Parece que todo mundo decidiu conhecer, viajar, fazer aquilo que tinha vontade de fazer.”

Turismo de massa após pandemia preocupa autoridades na Itália • CNN

Já em Milão, na região da Lombardia, onde surgiram os primeiros casos da Itália, a população também relata certa normalidade. “Certamente, hoje, depois de cinco anos, estamos voltando a ser como em 2019. Então, estamos voltando ao ritmo de cinco anos atrás, antes da pandemia”, disse Carmine Gargano, morador da cidade.

Apesar da sensação de normalidade, especialistas em doenças infecciosas e saúde públicas apontam que é preciso estar alerta para crises futuras, inclusive novas pandemias.

É o que destaca Maria Van Kerkhove, infectologista e diretora da OMS: “A crise pode ter acabado, mas a Covid continua a ser uma ameaça. Esse trauma que passamos, essa experiência que todos nós passamos, precisa nos impulsionar a investir em estarmos prontos o tempo todo para algo assim”.

O coronavírus expôs a humanidade a um leque de contradições. De um lado, o medo, a dúvida e o luto. Do outro, os avanços tecnológicos, a solidariedade e a capacidade de se reinventar. Depois de cinco anos, quase 800 milhões de casos e com efeitos que reverberam até os dias de hoje, uma coisa é fato: a Covid definitivamente mudou o mundo.

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Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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