O Papa Francisco assumiu o controle da Igreja Católica em um momento de crise profunda, marcado por escândalos de pedofilia e corrupção no Banco do Vaticano. Essa é a análise do padre Edelcio Ottaviani, coordenador da pós-graduação em Teologia da PUC-SP, que destaca as ações do pontífice para reformar a instituição.
Segundo Ottaviani, Francisco estava ciente dos desafios que enfrentaria ao assumir o papado. “Quando ele assume, ele sabe que existem algumas doenças na Cúria”, afirma o especialista, referindo-se aos problemas internos da administração da Igreja.
O coordenador ressalta que o Papa Francisco é visto como um grande reformador. “Ele diz ‘eu estou reformando’, mas no sentido de voltar às origens, colocando Jesus no centro”, explica Ottaviani. Uma das principais estratégias adotadas pelo pontífice foi a descentralização do poder na Cúria Romana.
Esta abordagem, de acordo com o especialista, visa combater os vícios que surgiram com esse modelo. No entanto, o especialista reconhece que as reformas de Francisco não agradam a todos. “Obviamente quando ele toca na ferida, ele vai desagradar aqueles que estão atingidos por essas doenças”, pondera Ottaviani, referindo-se às resistências internas às mudanças propostas pelo Papa.
O coordenador conclui afirmando que Francisco, “como um bom jesuíta”, buscou colocar Jesus no centro de suas ações e reformas, reorientando assim o foco da Igreja para sua missão espiritual e pastoral.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br