O professor Paulo Cesar Montagner, 61 anos, se tornou nesta segunda-feira (28) o 14º reitor da história da Unicamp. Em cerimônia realizada no Auditório III do Centro de Convenções – que reuniu ex-reitores, professores eméritos, docentes de todas as áreas, servidores e autoridades como o secretário estadual de Ciência Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, representando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito de Campinas, Dario Saadi –, Montagner fez uma defesa enfática da educação pública, gratuita e de qualidade.
Durante a cerimônia, Agopyan declarou oficialmente empossado o novo reitor e lembrou os desafios que terão de ser enfrentados na Universidade, entre eles o do financiamento. “As universidades devem ficar atentas às mudanças que deverão ocorrer com a nova legislação tributária ” advertiu o secretário.
Em seu primeiro discurso, Montagner definiu quatro princípios que, segundo ele, deverão orientar a gestão. “Reafirmamos o nosso compromisso com a defesa inegociável da universidade pública, gratuita, com qualidade e autonomia”, disse. “Renovamos o nosso compromisso com os direitos, com o bem-estar e com a valorização das pessoas; com a sustentabilidade, acessibilidade e justiça intergeracional, avançando para a construção de uma universidade ambientalmente responsável e socialmente justa, e que atue com protagonismo diante da emergência climática, reforçando seus compromissos com as futuras gerações”, acrescentou. “Além disso, queremos uma universidade que promova o diálogo com a sociedade e a inovação com inclusão”, afirmou o reitor.
Montagner lembrou que a Unicamp está prestes a completar 60 anos. Reconhece que ainda é uma universidade jovem, mas que, segundo ele, já atingiu maturidade institucional e prestígio internacional, se tornando uma referência no país e no continente.
“Mas nossa ideia de excelência não se limita apenas a rankings, números ou indicadores. Nossa ideia de excelência é mais profunda e humana. Ela nasce do compromisso com a pluralidade de saberes, com o respeito às diferenças, com o pensamento crítico, livre e transformador”, explica. “Em um mundo que nos desafia com ataques à ciência, à educação e à democracia, fortalecer a governança universitária é mais que um princípio administrativo. É um gesto político de esperança”, acredita. “Em um mundo cada vez mais polarizado, a universidade deve ser um ponto de descompressão, que permita o diálogo entre os antagônicos”, recomenda.
Montagner substitui o professor Antonio José de Almeida Meirelles e vai ocupar o cargo no período de abril de 2015 a abril de 2029, num desfecho que ele próprio diz ter sido surpreendente. “Foi uma viagem para chegar até aqui. Nem tinha ideia de que estaria aqui hoje, mas faria tudo de novo para chegar a este momento”, disse.
Fonte: www.agenciasp.sp.gov.br