O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tomou posse para o seu terceiro mandato nesta sexta-feira (10). O Brasil esteve representado pela embaixadora em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira.
Na posse anterior do líder venezuelano, em 2019, o governo brasileiro, comando por Jair Bolsonaro (PL), não enviou nenhum oficial para a cerimônia. Contudo, a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, esteve presente.
A decisão de aceitar o convite venezuelano e comparecer à cerimônia foi criticada, na época. A petista, então, foi às redes sociais se defender:
“Nenhuma surpresa as críticas dos que ignoram as razões por eu ter aceitado o convite pra posse na Venezuela. Deixar de ir seria covardia, concessão a direita. A esquerda pode ter críticas ao governo Maduro, mas o destino da Venezuela está nas mãos do seu povo e de mais ninguém”, escreveu Gleisi no X (antigo Twitter), em janeiro de 2019.
Nenhuma surpresa as críticas dos q ignoram as razões por eu ter aceitado o convite pra posse na Venezuela. Deixar de ir seria covardia, concessão a direita. A esquerda pode ter críticas ao governo Maduro, mas o destino da Venezuela está nas mãos do seu povo e de mais ninguém
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) January 11, 2019
Durante a posse de Maduro, em seu segundo mandato, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava preso em Curitiba, no prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) no Paraná — onde permaneceu por 580 dias. Ele foi solto em 8 de novembro de 2019.
Naquele mesmo ano, dias antes, em 1º de janeiro, Bolsonaro tomava posse como chefe do Executivo brasileiro. Maduro não foi convidado para a posse do mandatário.
“Em respeito ao povo venezuelano, não convidamos Nicolás Maduro para a posse do PR Bolsonaro. Não há lugar para Maduro numa celebração da democracia e do triunfo da vontade popular brasileira. Todos os países do mundo devem deixar de apoiá-lo e unir-se para libertar a Venezuela”, escreveu o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em dezembro de 2018.
Em respeito ao povo venezuelano, não convidamos Nicolás Maduro para a posse do PR Bolsonaro. Não há lugar para Maduro numa celebração da democracia e do triunfo da vontade popular brasileira. Todos os países do mundo devem deixar de apoiá-lo e unir-se para libertar a Venezuela.
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) December 16, 2018
Terceiro mandato de Maduro
Neste ano, após eleições conturbadas na Venezuela em 28 de julho de 2024, o governo brasileiro decidiu enviar a embaixadora em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira.
Segundo apuração de Isabel Mega, da CNN, a escolha se deu para demonstrar que o Brasil segue descontente com a falta de transparência do processo eleitoral venezuelano.
Após as eleições venezuelanas, Brasil, Colômbia e México tentaram intermediar um diálogo entre Maduro e oposição após as eleições presidenciais. A conversa, porém, não avançou.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que deu vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos, não divulgou as atas eleitorais e, por isso, o governo brasileiro não reconheceu a vitória.
A relação entre Brasil e Venezuela ficou estremecida desde então. Em clima de tensão, o governo brasileiro chegou a vetar a entrada da Venezuela nos Brics.
À CNN, o embaixador Celso Amorim, assessor especial da presidência da República para assuntos internacionais, afirmou que, durante a posse desta sexta-feira, o Brasil “cumpre o ritual diplomático de relação entre Estados”.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br