Foto: Robson Valverde
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), realiza o III Seminário Estadual de Vigilância do Óbito nesta terça e quarta-feira, 20 e 21, no Hotel Castelmar, em Florianópolis. O evento tem como objetivo ampliar as discussões sobre o cenário epidemiológico da mortalidade em Santa Catarina e promover a articulação intersetorial com foco na redução das mortalidades maternas, infantis e fetais. Além disso, serão apresentadas experiências exitosas na assistência materno-infantil e vigilância dos óbitos em unidades de Santa Catarina.
“Santa Catarina possui mais de 8 milhões de pessoas. E, ao contrário da maioria dos estados do país, que vem diminuindo a população, a nossa vem ascendendo. E isso traz muitos desafios, com mais necessidade de organizar a rede, a capacidade instalada, o fluxo, o atendimento, qualificar as informações, de entender o perfil do paciente. Além disso, na vigilância do óbito fetal, materno e infantil, a investigação está relacionada ao hospital e ao atendimento pré-natal, na Atenção Básica. Por isso, a integração das áreas é fundamental para unificar as ações e progredir, como estamos fazendo, melhorando os dados, a qualidade na assistência e salvando vidas. Este é um debate com encaminhamento, com aquela crítica positiva para que possamos avançar. Não se limitem apenas ao território de Santa Catarina, podemos sim levar sugestões para melhorar o atendimento do SUS em todo país e o mundo, avançando sempre para reduzir os óbitos materno, infantil e fetal”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, durante a abertura do evento.
O seminário é direcionado para os profissionais de saúde das equipes municipais e regionais, envolvidos na assistência à gestante e à criança, atuantes na vigilância do óbito ou membros dos comitês de prevenção dos óbitos materno, infantil e fetal. O evento está sendo realizado de forma presencial e online.
Representando a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a consultora e coordenadora Josi Silva, ficou impressionada com a adesão dos profissionais ao evento. “Em menos de 24 horas de abertas as inscrições, elas já haviam se encerrado, assim notei o quão importante e potente é a vigilância do óbito de Santa Catarina. O óbito materno, fetal e infantil acaba evidenciando as nossas falhas enquanto sociedade, são famílias que estão sendo desfeitas, filhos que não crescem com suas mães, isso tudo traz um impacto social muito grande. Mas é fundamental que a rede de atenção à saúde esteja fortalecida, como está sendo feito em Santa Catarina”, explica.
“Esse momento está sendo muito oportuno pois percebemos um aumento tanto no número de óbitos materno quanto na razão de mortalidade materna, e também no número de óbitos infantis que reflete na taxa de mortalidade infantil. Isso nos preocupa, pois esperamos que a assistência e o acesso melhorem até porque as equipes se prepararam para isso. Com a implementação da Rede Materno Infantil no estado, com as oficinas macrorregionais que estão sendo realizadas, o seminário vem para integrar as equipes da atenção primária, da vigilância epidemiológica, da atenção terciária, secundária, e todos que estão envolvidos no processo de atenção da mulher e da criança, desde o pré-natal, antes, durante e após o parto, no planejamento familiar. É importante organizar esses pontos da rede para melhorar cada vez mais a qualidade do atendimento e o acesso desses pacientes”, ressalta Aline Piaceski Arceno, gerente de Análises Epidemiológicas e Doenças e Agravos Não Transmissíveis, da DIVE.
A vigilância do óbito envolve desde o preenchimento da declaração de óbito pelo profissional médico, até seu fluxo de entrega e recolhimento nas unidades notificadoras, a codificação da causa básica e a inserção da informação no Sistema de Informação sobre Mortalidade. Assim como o monitoramento dos dados e a qualidade da informação. Além disso, são monitoradas as mortalidades maternas, infantis e fetais, consideradas de investigação obrigatória em território nacional. Com a investigação e identificação dos problemas relacionados ao óbito é possível avaliar a assistência à saúde prestada à mulher e a criança, discutir sobre sua redutibilidade, recomendar ações aos serviços e propiciar subsídios para a definição de diretrizes e políticas públicas efetivas de prevenção.
Protocolo de Coleta de Amostras
No ano passado foi lançado o Protocolo Estadual de Coleta de Amostras Post-Mortem em Casos Suspeitos de Doenças de Interesse Epidemiológico. No seminário também está sendo reforçado a importância das equipes e estabelecimentos de saúde fazerem a coleta, acondicionamento e transporte de amostras biológicas. Essas amostras são de pacientes que evoluíram a óbito ou em casos graves que possam evoluir a óbito, tendo como suspeita clínica ou não se podendo descartar a suspeita, em doenças de interesse epidemiológico como causa básica do óbito.
A coleta de amostras biológicas, de forma adequada e oportuna, associada à investigação epidemiológica e ao conhecimento da história clínica pregressa, pode contribuir para o esclarecimento e redução dos óbitos com causas inespecíficas, qualificando a informação sobre o perfil de mortalidade no Estado e permitindo o melhor direcionamento das políticas públicas de saúde e vigilância epidemiológica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
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Gabriela Ressel
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Fonte: estado.sc.gov.br