A Inglaterra deveria ter conquistado o direito de sediar a Copa do Mundo antes da Arábia Saudita, que sediará a edição de 2034, disse Sepp Blatter, ex-presidente da Fifa, nesta terça-feira (25).
“A Inglaterra fez um ótimo trabalho pelo futebol e eles deveriam ser recompensados”, disse Blatter à Reuters. “Eles tentaram desde 1966 recuperar a Copa do Mundo e é uma pena que não conseguiram. Eles deveriam ter feito isso antes da Arábia Saudita, mas foi organizado de uma forma muito inteligente, então ninguém se opôs”, disse ele em uma entrevista.
A Fifa concedeu o torneio de 2034 à Arábia Saudita em um processo incontestado em dezembro, que também viu Espanha, Portugal e Marrocos escolhidos como os principais anfitriões do torneio de 2030, combinado com partidas na Argentina, no Paraguai e no Uruguai.
No entanto, as decisões foram criticadas, com o plano de 2030 criticado por ativistas do clima por causa do aumento das emissões necessárias pelas viagens extras por três continentes.
A candidatura de 2034 da Arábia Saudita foi questionada por alguns evido ao seu clima desértico e também foi criticada por ativistas sobre o histórico de direitos humanos do país, da mesma forma que a Copa do Mundo do Catar de 2022. A Arábia Saudita nega suprimir direitos.
Isso deixou 2038 como a próxima data disponível para a Inglaterra sediar sua segunda Copa do Mundo após vencer o torneio em casa em 1966.
Blatter disse que estava preocupado com a crescente influência do Oriente Médio em esportes como futebol e Fórmula 1, com ambos tendo sido fortemente investidos por países da região, mas disse que a Inglaterra ainda deveria se candidatar para sediar a Copa do Mundo.
“Eles deveriam acordar e se candidatar novamente”, disse o ex-dirigente de 88 anos.
Blatter, que deixou a Fifa em desgraça após um escândalo de corrupção em 2015, também estava preocupado com o tamanho crescente da Copa do Mundo, que ele disse estar diluindo a qualidade do torneio.
O evento do ano que vem nos Estados Unidos, México e Canadá foi expandido para 48 equipes, em comparação com as 32 da edição de 2022.
“Ficou grande demais”, disse ele. “Será que vai se tornar como o Grand Slam no tênis, onde todos vão para a Copa do Mundo? O que vem depois, 128 times? Eu sempre disse que há times demais e a qualidade não é a mesma”, Blatter acrescentou. “Quem sai perdendo são os espectadores.”
Ele teme que a expansão constante pudesse eventualmente prejudicar o esporte.
“Enquanto o futebol tiver 2 bilhões de seguidores, a Fifa acha que eles estão felizes”, disse o suíço. “Mas um dia haverá uma parada. Você não pode ir e desenvolver mais futebol, e mais jogadores e ter mais dinheiro e mais espectadores e mais estádios.”
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
