Sinais Vitais com dr. Kalil: como identificar que a solidão virou problema?

A solidão tem se tornado um problema crescente na sociedade moderna, afetando tanto adolescentes quanto adultos. Identificar os sinais precoces e agir de forma adequada pode fazer toda a diferença na qualidade de vida das pessoas.

A psicóloga Dorli Kamkhag, da Universidade de São Paulo (USP), disse em uma entrevista ao programa CNN Sinais Vitais que existem sinais marcantes que indicam quando uma pessoa está entrando em um estado de solidão problemática. “A pessoa começa a se isolar, este é um primeiro sinal”, afirma a especialista.

Sinais em adolescentes

Para os adolescentes, os sinais podem ser mais sutis e facilmente confundidos com comportamentos típicos da idade. Kamkhag alerta: “O adolescente tem uma vida própria, é normal ele querer ficar mais no quarto ou estar nas tribos de amigos, mas você começa a perceber mudanças mais drásticas”.

Alguns sinais de alerta incluem:

• Faltar às aulas sem o conhecimento dos pais;
• Não realizar provas escolares;
• Passar tempo excessivo em sites da internet;
• Não sair do quarto por longos períodos;
• Mudanças nos hábitos alimentares;
• Possível desenvolvimento de compulsões.

A importância da presença dos pais

A psicóloga enfatiza o papel crucial dos pais nesse processo “é bom que o filho cresça e é difícil adolescentar. Mas os adolescentes também pedem para os pais: me olhem”. Ela ressalta que, mesmo que os jovens busquem liberdade, eles necessitam de pais presentes e que estabeleçam limites.

Monja Coen, líder espiritual convidada para o programa, complementa a discussão alertando sobre os perigos do mundo digital: “Tem muitas coisas terríveis acontecendo, inclusive com crianças”. Ela menciona casos como o da “Baleia Azul”, destacando a importância da vigilância parental sobre as atividades online dos filhos.

Estratégias para combater a solidão

As especialistas sugerem algumas estratégias para fortalecer os laços familiares e combater a solidão:

• Realizar pelo menos uma refeição diária em família;
• Conversar sobre o dia a dia, especialmente sobre aprendizados;
• Estimular conexões entre o conhecimento adquirido e sua aplicação prática;
• Mudar a perspectiva do estudo, valorizando o prazer do conhecimento além das notas.