O número de mortos em uma forte explosão no maior porto do Irã, Bandar Abbas, subiu para pelo menos 28, com mais de 800 feridos, informou a mídia estatal do país neste domingo (27), enquanto os bombeiros trabalhavam para extinguir completamente o incêndio.
A explosão de sábado (26) ocorreu na seção Shahid Rajaee do porto, o maior centro de contêineres do Irã, estilhaçando janelas em um raio de vários quilômetros, arrancando tiras de metal de contêineres e danificando gravemente as mercadorias, continuou estatal.
O caso ocorreu enquanto o Irã realiza uma terceira rodada de negociações nucleares com os Estados Unidos em Omã.
Suspeita-se que produtos químicos no porto tenham alimentado a explosão, mas a causa exata não foi explicada e o Ministério da Defesa do Irã negou relatos da mídia internacional de que a explosão possa estar ligada ao manuseio incorreto de combustível sólido usado em mísseis.
Um porta-voz do ministério declarou à TV estatal que os relatos estavam “alinhados com operações psicológicas inimigas”, afirmando que a área atingida pela explosão não continha nenhuma carga militar.
A Associated Press citou a empresa de segurança britânica Ambrey, que afirmou que o porto recebeu em março perclorato de sódio, usado para impulsionar mísseis balísticos e cujo manuseio incorreto poderia ter levado à explosão.
O jornal Financial Times noticiou em janeiro o embarque de dois navios iranianos da China contendo quantidade suficiente do ingrediente para abastecer até 260 mísseis de médio alcance, ajudando Teerã a manter seus estoques após ataques diretos com mísseis contra seu arqui-inimigo Israel em 2024.
Explosão mortal
Colunas de fumaça preta subiam sobre o local ainda neste domingo (27), e pedaços de metal retorcido e destroços estavam espalhados pelo local da explosão.
No início da tarde, horário local, o chefe da Sociedade do Crescente Vermelho do Irã informou à mídia estatal que o fogo estava 90% extinto e as autoridades afirmaram que as atividades portuárias haviam sido retomadas em áreas não afetadas de Shahid Rajaee.
A organização de gerenciamento de crises do Irã informou que, dentre as pessoas que receberam tratamento para os ferimentos, 190 ainda estavam sendo tratadas em centros médicos na manhã deste domingo.

Um porta-voz da organização de gestão de crises do país apareceu no sábado (26) para atribuir a explosão ao armazenamento inadequado de produtos químicos em contêineres em Shahid Rajaee, acrescentando que alertas anteriores haviam destacado potenciais riscos à segurança.
A porta-voz do governo, Fatemeh Mohajerani, alertou contra “especulações prematuras”, afirmando que as avaliações finais seriam divulgadas após as investigações.
A negligência tem sido frequentemente apontada como culpada em uma série de acidentes fatais que atingiram a infraestrutura energética e industrial iraniana nos últimos anos.
Entre eles, incêndios em refinarias, uma explosão de gás em uma mina de carvão e um reparo emergencial em Bandar Abbas que matou um trabalhador em 2023.
O Irã atribuiu alguns outros casos a Israel, que realizou ataques em solo iraniano contra o programa nuclear do país nos últimos anos e, no ano passado, bombardeou as defesas aéreas do país.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br