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Soldados “kamikazes” da Coreia do Norte são novo desafio para Ucrânia

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Após uma batalha nesta semana em Kursk, região do oeste da Rússia, as forças especiais da Ucrânia vasculharam os corpos de mais de uma dúzia de soldados norte-coreanos.

Entre eles, encontraram um ainda vivo. Mas, ao se aproximarem, ele detonou uma granada, explodindo a si mesmo, de acordo com uma descrição do combate publicada nas redes sociais pelas Forças de Operações Especiais da Ucrânia na segunda-feira (13).

As forças disseram que seus soldados escaparam da explosão sem ferimentos. A Reuters não pôde verificar o caso de forma independente.

Entretanto, essa situação está entre as evidências crescentes do campo de batalha, de relatórios dos setores de inteligência e de testemunhos de desertores de que alguns soldados da Coreia do Norte estão recorrendo a medidas extremas.

“Autodetonação e suicídios: essa é a realidade da Coreia do Norte”, afirmou Kim, um ex-soldado norte-coreano de 32 anos que desertou para a Coreia do Sul em 2022, pedindo para ser identificado apenas por seu sobrenome devido ao medo de represálias contra sua família, que ficou no Norte.

“Esses soldados que saíram de casa para lutar lá sofreram uma lavagem cerebral e estão realmente prontos para se sacrificar por Kim Jong-un”, acrescentou, referindo-se ao líder norte-coreano.

O ex-militar, apresentado à Reuters pelo grupo de direitos humanos NK Imprisonment Victims’ Family Association, com sede em Seul, destacou que trabalhou para a Coreia do Norte na Rússia por cerca de sete anos, até 2021, em projetos de construção para ganhar moeda estrangeira para o regime.

Avaliações da Ucrânia e de outros países do Ocidente apontam que a Coreia do Norte enviou cerca de 11 mil soldados para apoiar as forças de Moscou na região de Kursk, no oeste da Rússia, onde o Exército ucraniano lançou uma invasão surpresa. Mais de 3 mil foram mortos ou feridos, de acordo com Kiev.

A missão norte-coreana na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Rússia e Coreia do Norte inicialmente rejeitaram os relatos sobre o envio de tropas do país asiático, as classificando “notícias falsas”.

Mas o presidente russo, Vladimir Putin, em outubro, não negou que soldados norte-coreanos estivessem na Rússia, e uma autoridade norte-coreana ressaltou que qualquer envio de tropas seria legal.

Nesta semana, a Ucrânia divulgou vídeos do que disse serem dois soldados norte-coreanos capturados. Um dos soldados expressou o desejo de permanecer na Ucrânia e o outro de retornar à Coreia do Norte, segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.

Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.

As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.

O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.

A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.

O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.

Nota do editor: o termo Kamikaze foi utilizado amplamente para se referir aos soldados japoneses que adotavam ações em combate na Segunda Guerra Mundial que resultavam em sua morte, mas virou quase sinônimo de um indivíduo que se mata em nome de uma causa

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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