O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, declarou nesta quinta-feira (13) que a China aprofundou as campanhas de influência e infiltração contra a ilha democrática, prometendo medidas para lidar com os esforços de Pequim para “absorver” o território.
Taipei acusou o governo chinês de intensificar exercícios militares, sanções comerciais e campanhas de influência contra a ilha nos últimos anos para força-la a aceitar as reivindicações de soberania chinesas.
Falando a repórteres após realizar uma reunião com autoridades de segurança sênior, Lai disse que Pequim usou a democracia taiwanesa para “absorver” vários membros da sociedade, incluindo grupos do crime organizado, personalidades da mídia e atuais e antigos oficiais militares e policiais.
“Eles (China) estão realizando atividades como divisão, destruição e subversão de dentro de nós”, afirmou o presidente em uma coletiva de imprensa.
O Taiwan Affairs Office da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Quando questionado sobre os comentários de Lai em uma coletiva de imprensa regular, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que não importa o que ele dissesse, “isso não mudará o fato de que Taiwan é parte da China nem pode mudar o evento inevitável da reunificação com a pátria“.
Citando dados do governo, o presidente taiwanês informou que 64 pessoas foram acusadas de espionagem chinesa no ano passado, três vezes mais do que em 2021. Segundo ele, a maioria delas eram oficiais militares atuais ou antigos.
“Muitos estão preocupados de que nosso país, liberdade, democracia e prosperidade conquistadas com muito esforço serão perdidas aos poucos devido a essas campanhas de influência e manipulação”, pontuou ele.
Ao fazer esses esforços, Lai pontuou que a China constituiu o que a Lei Anti-Infiltração de Taiwan definiu como “forças hostis estrangeiras”.
O presidente propôs 17 contramedidas legais e econômicas, incluindo a revisão rigorosa de visitas a Taiwan ou pedidos de residência por cidadãos chineses, e propostas para retomar o trabalho do tribunal militar.
O líder taiwanês também anunciou que seu governo faria “ajustes necessários” aos fluxos de dinheiro, pessoas e tecnologia por meio do estreito. Ele não deu mais detalhes.
Além disso, ele afirmou que sua administração emitiria “lembretes” para atores e cantores taiwaneses que se apresentam na China sobre suas “declarações e ações”, uma resposta ao que Taipei vê como uma campanha chinesa em andamento para pressionar estrelas pop a fazer comentários pró-Pequim.
“Não temos escolha a não ser tomar ações mais ativas.”
O Taiwan Affairs Office de Pequim disse esta semana que era “inteiramente natural” para o povo taiwanês, incluindo artistas, expressar seu reconhecimento à China em meio a um clamor público em Taiwan após postagens nas mídias sociais chinesas de várias celebridades da ilha chamando-a de “uma província da China”.
A China reivindica Taiwan como seu próprio território e nunca renunciou ao uso da força para colocar a ilha sob controle.
O governo de Taipei rejeita as reivindicações de soberania de Pequim e diz que apenas o povo da ilha pode decidir seu futuro.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br