A Torre Grenfell, em Londres, que foi atingida por um incêndio há mais de sete anos, será demolida, disseram famílias enlutadas e sobreviventes na quinta-feira (6). A tragédia matou 72 pessoas.
O fogo atingiu o bloco de habitação social de 23 andares em uma das áreas mais ricas de Londres nas primeiras horas de 14 de junho de 2017. Esse foi o incêndio mais mortal em um edifício residencial na Grã-Bretanha desde a Segunda Guerra Mundial.
O Grenfell Next of Kin (GNK), que representa parentes de quase metade dos que morreram, disse que a vice-primeira-ministra britânica, Angela Rayner, anunciou a decisão para uma sala de famílias e sobreviventes em uma reunião na noite de quarta-feira (5).
Segundo o grupo, a demolição da torre, que continua de pé, mas coberta por um envoltório protetor, só começará após o oitavo aniversário da tragédia, em junho deste ano.
Engenheiros que assessoram o governo disseram que a estrutura da torre pioraria com o tempo e que o edifício ou parte dele que foi significativamente danificado deveria ser cuidadosamente demolido.
“Gostaríamos que a torre inteira pudesse ficar de pé para sempre? Sim. Isso é uma opção? Não do ponto de vista estrutural”, disse GNK.
A Grenfell United disse que as vozes das famílias enlutadas e dos sobreviventes não foram ouvidas ou consideradas por Rayner durante o que eles descreveram como uma curta consulta de quatro semanas.
“Ignorar as vozes dos enlutados sobre o futuro do túmulo de nossos entes queridos é vergonhoso e imperdoável”, disse.
O departamento de habitação, comunidades e governo local não respondeu imediatamente a um pedido de comentário , mas a decisão foi confirmada por Joe Powell, membro do parlamento de Kensington, a área onde a torre está localizada.
Ele disse no X que a decisão não foi tomada levianamente: “A Grenfell Tower sempre estará em nossos corações como comunidade”.
Um inquérito público sobre o incêndio, cujo relatório final foi publicado no ano passado, atribuiu o desastre a falhas do governo, da indústria da construção e, principalmente, das empresas envolvidas na instalação de revestimentos inflamáveis no exterior.
Vários sobreviventes e familiares disseram que o inquérito atrasou qualquer processo criminal.
Uma comissão que analisa um futuro memorial no local do desastre disse em seu relatório de 2023 que, se a torre caísse, ela deveria ser “desmontada com cuidado e respeito”.
O projeto final do memorial é esperado para a primavera de 2026, e a construção pode começar ainda naquele ano.
A decisão sobre o futuro da torre veio depois que alguns parentes dos que morreram expressaram preocupação sobre uma carta notificando-os de que uma pequena quantidade de restos mortais humanos ainda estava sendo armazenada pela polícia.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
