O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se reuniu com a comunidade ucraniana de Washington, D.C., enquanto estava nos Estados Unidos e disse a eles que “é muito importante para nós que a voz da Ucrânia seja ouvida”.
Um vídeo postado pelo chefe de Estado no Telegram mostra o líder ucraniano em uma sala na Casa da Ucrânia com diversas pessoas, incluindo o veterano de guerra Andriy Smolensky, que está em tratamento nos EUA.
Ele agradeceu a Smolensky, um ex-comandante do grupo de reconhecimento aéreo da Ucrânia, por sua participação na defesa de seu país, de acordo com um resumo da reunião publicado pela Presidência da Ucrânia.
“O senhor é um herói. Pessoas heroicas como o senhor me inspiram. Sou grato por sua dedicação em preservar nossa Ucrânia independente. O senhor salvou nossa nação, nosso povo, nossa unidade – essas são coisas muito importantes”, pontuou Zelensky.
O presidente também discutiu o relacionamento dos EUA com a Ucrânia, segundo o relatório da reunião, incluindo a “indiferença do povo americano durante os três anos da invasão russa em larga escala”.
“Obrigado por representar nosso país e nossos interesses nos Estados Unidos com tanta dignidade”, ressaltou, segundo a Presidência da Ucrânia.
“É importante que as pessoas na Ucrânia saibam que não estão sozinhas, que seus interesses são representados em todos os países, em todos os cantos do mundo”, adicionou.
Volodymyr Zelensky agradeceu às pessoas por seu apoio “neste momento difícil”, bem como por “todos os seus esforços pela Ucrânia e pelos ucranianos, e por sua ajuda – não apenas diplomática e financeira, mas também política e de oração”.
Discussão entre Zelensky e Trump
O bate-boca entre os chefes de Estado ocorreu após críticas feitas por Zelensky à postura dos governos dos Estados Unidos diante das ações russas para anexação de territórios ucranianos, entre 2014 e 2022.
Trump se irritou e disse que o ucraniano estava jogando com milhões de vidas e na 3ª Guerra Mundial – e repetiu que ele não tem cartas para negociação.
Em seguida, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, afirmou que a postura de Zelensky era ingrato. “Quantas vezes você disse ‘obrigado’ nessa reunião?”, perguntou.
A cena causou espanto ao redor do mundo. Jornalistas que cobrem a Casa Branca há anos disseram nunca ter visto algo parecido, já que, ao menos no encontro que é televisionado, as autoridades costumam manter a compostura –mesmo que as reuniões a portas fechadas sejam duras.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br