A recuperação da fauna do Pantanal, severamente afetada pelas recentes queimadas, depende crucialmente das cheias anuais que não ocorrem desde 2023.
Esta é a avaliação de Mario Haberfeld, CEO da ONG Onçafari, em entrevista ao Agora CNN.
Haberfeld destacou que os incêndios deste ano foram “gigantes, muito além do normal”, atribuindo a intensidade à seca prolongada.
“O Pantanal, em vez de estar seco desde abril, maio deste ano, está seco desde o ano passado”, explicou.
Impacto na fauna e esforços de conservação
O CEO relatou perdas significativas na fauna, incluindo uma onça monitorada pela ONG que foi vítima das chamas. No entanto, ele trouxe notícias esperançosas sobre o retorno de alguns animais resgatados, como a onça Miranda, que voltou na sexta-feira, e a Itapira, que deve retornar em breve após tratamento em Brasília.
A Onçafari e outras organizações têm implementado medidas de auxílio, como suplementação alimentar para herbívoros e construção de poços e açudes para garantir água à fauna.
Haberfeld enfatizou a importância da prevenção, mencionando a construção de aceiros e a realização de queimadas prescritas em épocas apropriadas.
Nova realidade e adaptação
“Acho que o Pantanal vai sofrer de novo com queimadas”, alertou Haberfeld, destacando a necessidade de melhorar o monitoramento e a resposta rápida aos incêndios.
Ele mencionou a criação de um grupo de fazendas com brigadas privadas treinadas para combater incêndios e prestar primeiros socorros.
O CEO também ressaltou a importância da coordenação entre o setor privado e público.
Segundo ele, o governo do Mato Grosso do Sul tem demonstrado preocupação, facilitando licenças para queimadas prescritas e aumentando o apoio do Prevfogo, órgão do Ibama responsável pelo combate a incêndios.
Haberfeld concluiu enfatizando a necessidade de focar na prevenção e no resgate de animais, revelando planos da Onçafari para estabelecer clínicas nas reservas para atendimentos rápidos.
“Vamos fazer de tudo, mas infelizmente, espero que mais tarde, mais uma hora, vai acontecer de novo esses incêndios”, finalizou, ressaltando a urgência de ações contínuas de conservação no Pantanal.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br