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Lipedema: como a alimentação adequada pode ser a chave para controlar a doença que afeta 11% das mulheres

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Nutricionista Patricia Barboni [foto] destaca a importância da alimentação e do tratamento multidisciplinar para tratar uma condição que afeta centenas de mulheres, celebridades como Yasmin Brunet, e vai muito além da estética

O lipedema, uma condição crônica que afeta cerca de 11% das mulheres, tem ganhado cada vez mais atenção na mídia e nas redes sociais. Celebridades como a ex-paquita Tatiana Maranhão, a influenciadora Camila Loures e mais recentemente a modelo Yasmin Brunet compartilharam suas experiências com a doença, ajudando a aumentar a conscientização sobre um problema que, embora ainda pouco conhecido, impacta significativamente a qualidade de vida e a autoestima de muitas mulheres.

A nutricionista funcional e naturopata Patricia Barboni explica que o lipedema é uma condição complexa, caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura, principalmente nas pernas e braços, acompanhado de dor, inchaço e sensação de peso. “Muitas vezes, o lipedema é confundido com obesidade, celulite ou retenção de líquidos, o que leva a diagnósticos tardios e tratamentos inadequados”, alerta.

O que é o lipedema?

O lipedema é uma doença crônica e progressiva, que afeta principalmente mulheres e está ligada a fatores genéticos, hormonais e de estilo de vida. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Dor ao toque ou pressão;
  • Inchaço e sensação de peso nas pernas;
  • Dificuldade para emagrecer, mesmo com dieta e exercícios;
  • Hematomas frequentes devido à fragilidade capilar.

A condição foi descrita pela primeira vez em 1940, mas só virou oficialmente doença em 2022, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o lipedema na CID, é classificada em quatro estágios, que vão desde o acúmulo discreto de gordura até deformidades e limitações de movimento. “Nos estágios mais avançados, o lipedema pode ser confundido com obesidade, mas a gordura acumulada é resistente a dietas e exercícios convencionais”, explica Patricia.

Fatores que podem ativar o gatilho genético para o lipedema

A nutricionista Patricia Barboni aponta que o lipedema é uma condição crônica e progressiva, predominantemente genética, que afeta principalmente mulheres e resulta no acúmulo anormal de gordura, especialmente nas pernas e quadris. “Embora a predisposição genética seja um fator determinante, vários fatores hormonais, ambientais e comportamentais podem desencadear ou agravar o lipedema, ativando o ‘gatilho’ para o desenvolvimento da doença”.

1. Predominância estrogênica

O aumento dos níveis de estrogênio pode ser causado por diversos fatores, agravando a condição:

  • Uso de anticoncepcionais hormonais e terapias de reposição hormonal;
  • Exposição a xenoestrogênios, substâncias químicas sintéticas encontradas em plásticos, pesticidas e cosméticos;
  • Consumo de alimentos ricos em estrogênios, como a soja, e alimentos que aumentam a aromatase;
  • Estresse crônico, que eleva o cortisol e desequilibra os hormônios.

2. Resistência à insulina e ciclo vicioso

A resistência à insulina e a predominância estrogênica estão interligadas em um ciclo vicioso: “a resistência à insulina aumenta a produção de estrogênio, que, por sua vez, agrava a resistência à insulina, contribuindo para o acúmulo de gordura”.

3. Disbiose intestinal e inflamação crônica

O desequilíbrio das bactérias intestinais (disbiose) pode desencadear inflamação crônica, afetando a metabolização de hormônios e agravando os sintomas do lipedema.

4. Disfunção hepática e detoxificação comprometida

O fígado é essencial para a metabolização dos hormônios e a eliminação de toxinas. Quando o fígado está sobrecarregado, o corpo tem dificuldade em depurar o estrogênio, resultando em predominância estrogênica e inflamação sistêmica.

5. Deficiências nutricionais

A falta de nutrientes como magnésio, zinco, vitamina B6, colina, enxofre e ômega-3 prejudica a metabolização de hormônios e a resposta inflamatória do corpo, agravando o lipedema.

6. Exposição a metais pesados e toxinas ambientais

Metais pesados (mercúrio, cádmio, chumbo) e xenoestrogênios interferem no equilíbrio hormonal e prejudicam a detoxificação, ativando a predisposição genética ao lipedema.

7. Desequilíbrio hormonal (deficiência de progesterona)

A deficiência de progesterona, hormônio com efeito antiestrogênico, pode agravar a predominância estrogênica, exacerbando os sintomas do lipedema.

 

Nutrição anti-inflamatória: a base do tratamento

Patricia Barboni destaca que a alimentação é um dos pilares mais importantes no controle do lipedema. “Uma dieta anti-inflamatória, rica em alimentos como frutas vermelhas, vegetais verde-escuros, peixes gordurosos e gorduras boas, como abacate e azeite de oliva, pode ajudar a reduzir a inflamação e melhorar os sintomas”, afirma.

Além disso, é essencial evitar alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, glúten e laticínios, que agravam a inflamação no corpo. “A saúde intestinal também é fundamental. Uma microbiota desequilibrada pode piorar a inflamação crônica e dificultar o controle da doença”, explica.

Desinflamar e detoxificar o corpo são passos essenciais para o reequilíbrio hormonal. Alimentos e suplementos como crucíferas (brócolis, couve-flor, nabo, rabanete, agrião)maca peruanaóleo de prímula e óleo de borragem ajudam a modular os níveis de estrogênio e promover o equilíbrio hormonal.

Além da redução de carboidratos refinados, suplementos como canela do ceilãochá de pata de vaca e berberina podem ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina e quebrar esse ciclo, aponta Patricia.

 

Suplementação e estilo de vida: aliados no combate ao lipedema

Além da alimentação, a suplementação com ômega-3, vitamina D, quercetina e probióticos pode ser benéfica. “Esses suplementos ajudam a reduzir a inflamação, melhorar a circulação e fortalecer o sistema imunológico”, diz Patricia. Mas é importante lembrar: “nunca use suplementos por conta própria, consulte sempre um profissional habilitado!”

Atividades físicas de baixo impacto, como caminhadas, yoga e hidroginástica, também são recomendadas para melhorar a circulação e reduzir a pressão nas áreas afetadas. “O exercício físico é essencial, mas deve ser adaptado para não sobrecarregar as articulações”, ressalta.

 

Celebridades e a conscientização sobre o lipedema

A modelo Yasmin Brunet ter falado abertamente sobre suas experiências com o lipedema, ajuda a desmistificar a condição e a promover a conscientização. “Compartilhar histórias reais é fundamental para que mais mulheres busquem diagnóstico e tratamento adequados”, destaca Patricia.

 

Lipedema não é apenas uma questão estética

O lipedema é uma condição que vai muito além da aparência, afetando a saúde física e emocional das mulheres. Com um tratamento multidisciplinar, que inclui nutrição anti-inflamatória, suplementação, exercícios e, em alguns casos, procedimentos estéticos ou cirúrgicos, é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Sobre Patricia Barboni:

Patricia Barboni é nutricionista funcional e naturopata, com pós-graduação em Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase pela Academia Lair Ribeiro. Sua trajetória na área da saúde é marcada por um constante aprendizado, com participação em cursos e congressos ao lado de profissionais renomados no campo da saúde integrativa.

Com uma abordagem que une ciência e natureza, Patricia acredita que a saúde é o equilíbrio entre corpo, mente e espírito, e que a verdadeira transformação ocorre de dentro para fora. Além do trabalho clínico, ela é professora de naturopatia no Instituto Eleve e criadora do curso de emagrecimento N28, desenvolvido em parceria com o mesmo instituto.

Patricia também é a mente por trás do Vivari Podcast, onde explora temas relacionados à saúde, beleza e bem-estar físico e emocional sob uma perspectiva integrativa, inspirando milhares de pessoas a buscarem uma vida mais equilibrada e saudável.

https://www.instagram.com/patriciabarboni.nutri/


ASSESSORIA DE IMPRENSA

ESCRITA CONTEÚDO

JORNALISTA: TÂNIA REGINA ALMEIDA DE OLIVEIRA 

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