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PMMA: o que é e por que é perigoso para saúde

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Quando a influenciadora Maíra Cardi, 41, explicou em seus stories que o PMMA aplicado sem seu conhecimento era o motivo de seu rosto inchado e que ela pretende passar pelo procedimento para sua retirada, o assunto voltou à pauta da Internet. Afinal, o que é essa substância e por que é perigosa?

PMMA é a sigla para polimetilmetacrilato, uma substância que já foi muito usada como preenchedor, mas se mostrou arriscada devido uma série de complicações apresentadas por pacientes que a usaram. Ela acabou substituída pelo ácido hialurônico, que é considerado “biocompatível”, ou seja, que o corpo não tem risco de rejeitar. A própria Maíra contou que aplicou o PMMA há certo tempo, em 2009.

“Eu era muito nova, não tinha a menor ideia do que estava fazendo”, comentou a ex-BBB.

Quais os riscos de ter PMMA no corpo?

“O PMMA possui alta taxa de complicação a longo prazo, podendo manifestar reações mesmo após anos da aplicação, como nódulos e inflamação”, descreve a dermatologista Dra. Mônica Aribi, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O PMMA pode causar complicações assim que aplicado, como problemas vasculares ou mesmo uma embolia pulmonar, como explicou a médica Eliane Palermo, membro do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) e da SBD.

E quando isso não acontece de cara, ao longo do tempo ele pode levar a processos inflamatórios perigosos, ocasionando até mesmo necrose do tecido, ou seja, a morte celular da região em que foi aplicado.

Em 2014, o caso de Andressa Urach foi bastante divulgado, mostrando os perigos desse preenchedor. “Vocês já devem ter ouvido falar, teve a Andressa Urach que teve o glúteo todo danificado, necrosou. É gravíssimo. Ainda hoje existem pessoas que usam”, comentou Cardi em seus stories.

Em julho, a influenciadora Aline Ferreira morreu após procedimento estético com PMMA aos 33 anos.

Ela também explica que o grande atrativo do PMMA anteriormente era seu baixo custo, aliado à uma permanência na região aplicada – o ácido hialurônico, por ser uma substância já presente em nosso organismo, costuma ser absorvido com o tempo, sendo necessário realizar reaplicações periódicas.

Aribi ainda acrescenta que mesmo que o PMMA não cause problemas físicos, seu resultado nem sempre é o melhor. “Isso porque o processo de envelhecimento pode causar mudanças estruturais [no rosto e no corpo] que não são acompanhadas pelo produto, tornando-o mais proeminente e gerando efeitos inestéticos”, reforça a dermatologista.

Retirada do produto também é complexa

Outro ponto de atenção é a dificuldade em retirar essa substância do organismo, uma vez aplicada. “É uma substância que não conseguimos remover de maneira isolada. Então, se necessária devido a complicações, essa remoção pode danificar os tecidos preenchidos, causando deformação”, considera a dermatologista Aribi.

É o caso de Maíra Cardi. “Graças a Deus eu fiz em minúsculas quantidades no meu rosto, o que já foi suficiente para me deformar. […] Por causa disso eu não posso fazer absolutamente mais nada na cara. Não posso fazer laser nem preenchimento”, concluiu a ex-BBB.

É perigoso fazer preenchimentos?

Aribi reforça que, com substâncias seguras e indicadas, não há o que temer. “Na verdade, apesar de ser aprovado pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para fins estéticos e reparadores, o PMMA é hoje pouco utilizado em preenchimentos por dermatologistas e cirurgião plásticos e não é recomendado pela SDB e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Atualmente, a substância padrão para preenchimentos é o ácido hialurônico”, afirma a médica.

Como já explicado, o ácido hialurônico é biocompatível com o corpo humano, já que é uma substância que já existe no organismo, o que o torna mais seguro. Isso também faz com que ele seja absorvido pelo corpo em cerca de um ano, o que permite a reaplicação periódica que, apesar de parecer desvantajosa, ajuda na adequação do procedimento às mudanças causadas pelo avançar da idade.

Outra opção de preenchedor é a gordura, que é retirada do próprio paciente por meio de lipoaspiração, procedimento chamado de lipoenxertia. “Após tratada, essa gordura é reinjetada na pele para promover volume. Por isso, não tem risco de rejeição”, comenta a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da SBCP.

Ele reforça que uma das vantagens do método é que apenas parte da gordura é reabsorvida, o que ajuda na manutenção dos resultados.

*Com informações de Giovana Christ e Raphael Bueno, da CNN

 

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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