O sensacionalismo na mídia e na política tem sido um tema recorrente, especialmente quando crises sociais e econômicas são utilizadas para impulsionar agendas e fortalecer discursos eleitorais. A exploração da miséria – seja através de imagens chocantes, manchetes alarmistas ou narrativas exageradas – cria um ambiente onde a dor humana se torna combustível para interesses políticos.
Historicamente, tragédias e situações de vulnerabilidade têm sido usadas como trampolim para a ascensão de figuras públicas. Em campanhas eleitorais, candidatos frequentemente aparecem em comunidades carentes, promovendo promessas e soluções imediatistas, muitas vezes sem planos concretos de longo prazo. Esses episódios são amplamente divulgados, reforçando uma imagem de empatia e comprometimento social, mas nem sempre correspondendo a ações efetivas.
Especialistas apontam que esse fenômeno reforça desigualdades e mantém grupos vulneráveis como peças de um jogo político, onde suas dificuldades são exploradas para fins midiáticos, sem que mudanças estruturais sejam promovidas. Além disso, o sensacionalismo midiático colabora para distorcer a percepção da realidade, induzindo o público a conclusões emocionais em vez de análises fundamentadas.
Apesar das críticas, a prática persiste, alimentada pela necessidade de engajamento e pela busca incessante de protagonismo. Para combater esse tipo de exploração, pesquisadores e jornalistas defendem uma abordagem mais ética na comunicação, baseada em dados concretos, investigações aprofundadas e respeito à dignidade das vítimas. Afinal, a função do jornalismo e da política deve ser transformar realidades, não apenas capturar audiências.