Se você já suspeitou que a alimentação influencia o comportamento de uma criança com TDAH, você pode estar mais certo do que muitos especialistas. E não, não estamos falando de “achismo”. Estamos falando de ciência.
Já em 2011, um estudo publicado na The Lancet mostrou que 64% das crianças com TDAH apresentaram melhora significativa nos sintomas ao adotar uma dieta altamente restrita, eliminando alimentos industrializados, aditivos e ingredientes comuns em reações alimentares. Quando os alimentos “proibidos” foram reintroduzidos, 63% dessas crianças voltaram a apresentar os mesmos sintomas. Coincidência? Não parece.
Mas por que ninguém fala disso com seriedade?
Porque é muito mais fácil prescrever uma cartela de comprimidos do que investigar a fundo o que a criança está comendo. E mais fácil ainda é ignorar que os ultraprocessados estão repletos de corantes, conservantes, adoçantes e emulsificantes que podem inflamar o corpo, desregular o cérebro e sabotar a atenção.
Imagine uma criança dormindo mal, com o intestino permeável, sobrecarregada de açúcar e corantes, e ainda rotulada como “indisciplinada”. Em muitos casos, a alimentação não só agrava os sintomas como pode ser um gatilho comportamental direto.
Isso não quer dizer que todo caso de TDAH é causado pela comida, é claro. Mas sim que vale – e muito – investigar se existe hipersensibilidade alimentar, intolerâncias ou impactos neurocomportamentais vindos do que está na lancheira.
🍎 Dicas para começar hoje:
– Elimine ultraprocessados e industrializados (biscoitos, salgadinhos, refrigerantes).
– Corte corantes artificiais e adoçantes sintéticos.
– Prefira alimentos frescos, integrais e anti-inflamatórios.
– Inclua gorduras boas (como ômega-3), vegetais, ovos, carnes e frutas de verdade.
Ref.: DOI: 10.1016/S0140-6736(10)62227-1
Créditos: @doutorbarakat